*Radio voice*
...Ladies and... Please welcome... by his song...
*Radio voice*
Outra vez, sempre o mesmo, deitada sobre a cama.
Não há nada que faça, nem algo para que me mexa.
Olho no tecto da minha cama e simplesmente não.
Não, não consigo, estou espelhada para este vazio.
Vazio do quê ? pergunto-me eu, apenas não durmo.
A noite ainda começou e o sono fugiu-me depressa.
Divago, divago nos meus pensamentos. Talvez...
Talvez não deveria ter feito aquela pequena sesta.
Agora não durmo, não descanso, ou talvez o faça.
Apenas não o saiba, mas quem sou eu, mera mortal.
Mera sonâmbula, sonâmbula não, ainda aqui estou.
Acordada e bem viva e mexediça, viro-me de lado.
Nada, nada me faz descansar, nem o rádio ligado.
*Radio voice*
...With some great... We present to... the next song...
*Radio voice*
Só música para que eu descontraia, mas não faço.
Não porque não queira, mas porque não consigo.
O corpo está demasiado desperto, não há maneira.
Ou será o cérebro demasiado excitado o culpado?
Agora não me interessa saber quem é o responsável.
Só quero voltar a adormecer, se é o que faço mesmo.
Como sei se adormeci antes deste terrível acidente.
Se simplesmente acordei ? A mim ninguém responde.
Não agora, não neste momento, todos adormeceram.
Tal como eu também o deveria, mas não o faço, não.
Mas quero, quero voltar a dormir, voltar ao meu sono.
Não faz mal que não sonhe hoje, só quero descansar.
Não deve ser muito a pedir, logo eu, menina normal.
Não desejo muito, ou pelo menos acredito muito nisso.
Só quero dormir.
*Radio voice*
...This next song... to say a... goodbye to you all... Goodnight...
*Radio voice*
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
A areia granulada é sentida nos pés descalços da menina morena.
Ainda está fria e húmida.
Passo a passo.
A chuva bate na sua doce cara, e cada gota misturada com a maresia que o mar transporta graças ao vento, toca na sua face, agora voltada para o céu.
Passo a passo.
O céu azul transforma-se num céu amarelo e rapidamente acinzentado.
Passo a passo.
O mar revolta-se, mexe-se mais, quando a sente cada vez mais perto dele.
Passo a passo.
Ela avança cuidadosamente, o seu vestido branco, transparecendo o corpo graças à água, esvoaça cada vez mais com o vento que se aproxima rapidamente contra ela.
Passo a passo.
Mas ela não desiste de aproximar, o medo apodera-se dela, nota-se na sua cara.
O mar ainda mais revoltado, levanta-se numa onda de um cinco metros, ameaçando-a de afogar.
Cada vez mais decidida a menina, o mar não a pára, não hoje, não agora.
A apenas uns passos da onda grande que o mar criou, a pequena menina olha para cima, para a crista da onda, de cara molhada, olhos lavados, coração batendo com força contra o peito.
O mar louco, raivoso, desejando engolir-la na sua fúria, intrusa a menina que o invade na sua calma privacidade. Ela olha para ele, e uma lágrima de um vermelho vivo como sangue nasce nos seus olhos azuis da cor de um mar tempestuoso, e preenche o branco dos olhos. Ela fecha os olhos pela primeira vez e a vermelha gota salgada como o sangue, brotada do íntimo do seu delicado coração cai sobre o vestido branco, manchando-o mais e mais, quase o tornando vermelho também. A menina abre os olhos, olha para a onda e abre os braços como que para um abraço ao mar.
A pequena menina funde-se com o mar. A onda desvanece, o mar acalma, o sol volta a aparecer, o vento descansa, a praia aquece.
Como se nada tivesse acontecido
Passo a passo.
Passo a passo.
Passo a passo.
Mais um suave passo.
O mar louco, raivoso, desejando engolir-la na sua fúria, intrusa a menina que o invade na sua calma privacidade. Ela olha para ele, e uma lágrima de um vermelho vivo como sangue nasce nos seus olhos azuis da cor de um mar tempestuoso, e preenche o branco dos olhos. Ela fecha os olhos pela primeira vez e a vermelha gota salgada como o sangue, brotada do íntimo do seu delicado coração cai sobre o vestido branco, manchando-o mais e mais, quase o tornando vermelho também. A menina abre os olhos, olha para a onda e abre os braços como que para um abraço ao mar.
Mais um último passo.
A pequena menina funde-se com o mar. A onda desvanece, o mar acalma, o sol volta a aparecer, o vento descansa, a praia aquece.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Be for BeLOVED or for BeTRAYED ?
How can I trust you, if you don't trust me?
How can I love you, if you don't give me what I need?
How can I know that you'll be really mine
If you always leave me before nine?
How can I tell that you'll always be there
If what you do to me is not even fair?
How can we stick together
If you stop saying "I love you forever"?
How can I believe you , if you always change your mind?
How can I commit to you, if you treat me like a child?
How can I embrace you, if you never call my name?
How can I support you, if you never hold my hand?
How can I take care of you, if you always let me aside?
How can I forgive you, if you always tell a lie?
How can I give you my heart
If you are are always tearing me apart?
How can you give me an affirmative answer
If you see me not as your love, but as your cancer?
How can we be a couple
If your love becomes double?
How can you seduce me to change
To let me give you one more chance?
How can I love you, if you don't give me what I need?
How can I know that you'll be really mine
If you always leave me before nine?
How can I tell that you'll always be there
If what you do to me is not even fair?
How can we stick together
If you stop saying "I love you forever"?
How can I believe you , if you always change your mind?
How can I commit to you, if you treat me like a child?
How can I embrace you, if you never call my name?
How can I support you, if you never hold my hand?
How can I take care of you, if you always let me aside?
How can I forgive you, if you always tell a lie?
How can I give you my heart
If you are are always tearing me apart?
How can you give me an affirmative answer
If you see me not as your love, but as your cancer?
How can we be a couple
If your love becomes double?
How can you seduce me to change
To let me give you one more chance?
Written by RockSye'Anne and Marieanne
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Quem sou eu ?
Nunca fiz uma boa apresentação sobre quem sou eu na verdade. Por isso aqui vai:
![]() |
Letter by ~prajiturelemov |
De facto sou alguém desconhecida por dentro. O exterior é a única coisa que reconhecem em mim. Sou apaixonada, como muitos, mas não pelas mesmas razões que os outros, pois não amo alguém ou algo: simplesmente AMO. Detesto viver apenas no mundo, por isso adoro observá-lo: as reacções dos outros, tal como as minhas próprias. Sou imensamente curiosa, estudo cada milímetro do que se depara perante mim. Não gosto de guardar os meus segredos dentro de mim: gosto de exprimi-los perante a escrita, o desenho, a fotografia. Considero loucos aqueles que não entendem a minha loucura de viver. Facilmente apanho um sorriso com uma simples borboleta, ou uma flor que floresça sozinha apesar das suas condições. Gosto de me comparar especialmente a uma flor silvestre: comum entre muitas outras flores, mas reconhecida pela sua capacidade de força, apesar do seu aspecto fragilizado. Caracterizar-me por completo seria afirmar que me conheço totalmente, e isso não é ainda uma verdade.
sábado, 25 de setembro de 2010
Doce e fina felicidade
![]() |
JUMP JUMP JUMP by ~Neneisme on DeviantART |
Temos uma imagem na nossa cabeça - é como um veneno - que a felicidade nunca é realmente alcançável, que nunca está lá quando a tentamos apanhar. Será que é verdade ? Acredito, e espero que seja verdade o que penso, que nós apreciamos pouco aquilo que obtemos. Tudo o que é dado é simplesmente fácil de mais. Tudo o que nós lutamos é mais merecedor, mais enriquecedor para a nossa alma, e com isso aprendemos uma nova experiência. É por isso que a vida nos parece tão difícil.
Felicidade é relativa. E não nos damos conta dela facilmente. Reparamos mais nas coisas negativas que nos acontecem, porque elas nos magoam. Mas não reparamos tanto na felicidade que é de estar com os nossos amigos e divertirmo-nos. Nem tão pouco na felicidade de estarmos lado a quem amamos, só pensando nos problemas que as pessoas amadas nos trazem, não no que nos fez apaixonar por elas. Ou ainda no simples facto de uma borboleta nos vir beijar a mão, e nós a enxotarmos, arrogantes mortais como somos.
Tudo na vida é difícil. Não devemos deixar de acreditar nisso. Mas agora o nível de dificuldade irá sempre ser diferente dependendo da maneira como lidamos com os problemas que nos aparecem, e para tudo mudar, basta um sorriso suave, ligeiro, sincero. Pois, apesar de a vida ser difícil, se ela assim não o fosse, nunca seríamos capazes de entender tanto quanto entendemos hoje: a vida é uma experiência docemente picante.
domingo, 19 de setembro de 2010
O Efeito Borboleta
![]() |
Butterfly effect by ~penguina-mica on DeviantART |
Quando calmos, apercebemo-nos que a vida é uma cadeia de dominós a cair uns sobre os outros, e se não tivermos cuidado, empurramos uns dominós, ou somos esmagados por outros. Porque só calmos, apercebemo-nos que a dor é quem nos ajuda a sentir-nos vivos outra vez, e quando desligamos do sono da vida ilusória com que vivemos. Porque só calmos, damo-nos conta do que se passou, e das nossas atitudes repentinas, e às vezes, erradas.
Para aqueles que não sabem ainda se desligar da ilusão em que vivem, eles pensam que a dor é má, é algo mau e que não deveria existir. Mas para aqueles que sabem realmente viver a vida, saboreá-la, absorvê-la e guardá-la nos seus corações sabem que a dor, essa também é ilusória. O que supostamente é dor, na realidade é um aviso de última instância de algo que não deveríamos fazer, de algo errado e que mesmo assim não nos apercebemos. E aí devemos aperceber do nosso erro e mudar. É fácil ?
Nada na vida é de bandeja prateada, mas isso não faz mal. Ainda bem que é assim, porque assim aprendemos, experienciamos, crescemos. Tal como a borboleta.
A borboleta, quando sai do seu casulo, ela sofre, esperneia, chora, mexe-se, e se pudéssemos ouvir, grita. Sim, grita, grita de dor, grita da fraqueza de estar num casulo durante meses e sem comida para que arranje forças suficientes para sair daquela teia de linhas e linhas que outrora ela fez, quando era apenas uma pequena e gorda lagarta. Essa dor que ela sente faz com ela se aperceba que há maneira de a mudar, e de mudarmos, mas que primeiro precisamos de sentir essa dor.
Até que poderia haver alguém para a ajudar na sua luta para sair daquele casulo, mas se a ajudarmos, ela nunca voará. Sim, ela nunca voará. Porquê ? Porque, apesar de ela sofrer para sair, é nessa luta final da sua vida que depende dela ganhar também forças para que as suas asas sejam tão fortes quanto ela. O mérito pela sua luta desgastante, e às vezes mortal, são as suas asas. Mas ninguém o pode fazer por ela. Não é o mesmo que ser ela a crescer, a amadurecer, a experienciar.
Se é vontade que tens para chorar, chora. Vai-te ajudar a manteres-te calmo e aperceberes do que deves realmente fazer: mudar.
sábado, 21 de agosto de 2010
Apoios
![]() |
ode tothe sun by ~Amuletz on DeviantART |
Por isso, venho aqui hoje, não para agradecer aqueles que me impedem de experimentar coisas na minha vida. Boas ou más que sejam, a vida é minha e eu sinto a necessidade de viver e experimentar. Venho aqui hoje, agradecer todos os amigos que me apoiam, e me ouvem. Agradecer-lhes por me darem o seu ombro para chorar, as suas palavras para sorrir, e o seu brilho para voltar a brilhar. Vocês todos são aqueles pequenos diamantes puros que encontrei no meio das pedras vulgares.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Julgamentos
Baseado no blog da Z.
A vida é um espectáculo de marionetas, um teatro de personagens loucas, apaixonadas e destruídas, que nunca pára. Não há personagem principal, são todos iguais, e unidos pela mesma força: o amor. Juntos ou separados lutam uma luta fácil ou difícil, e nem sempre a ganham, pois nesta peça nem sempre os heróis ganham. Umas vezes eles são os heróis da peça, mas às vezes eles são os vilões. Tudo depende da perspectiva das personagens.
Todos são os juízes, perfeitos e intocáveis pela sua presença, e todos são os carrascos, que sempre cometem erros pelas suas escolhas de desespero e derrota. Alguns morrem primeiro que outros, e para dramatizar a peça, fingimos que eles significavam imenso para nós e que nunca mais os iremos ver, apenas perante o público inexistente, mas no fundo, sabemos que eles estão vivos e seguros, por detrás da cortina do espectáculo.
Para tornar a peça mais interessante, e tirar o enfadonho que ela cria, temos de sair magoados e magoar alguém. Temos de nos mostrar frágeis e vulneráveis, destruir a armadura invisível que nos cobre e cair sobre os joelhos no nosso próprio derrame de sangue. Se somos fortes como aço, também somos fracos como uma flor. Somos ágeis como uma pena e pesados como uma rocha.
Fingimos que não nos conhecemos, no palco de acção das nossas vidas, mas sabemos quem somos por detrás da cortina; e arranjamos actividades durante um dia inteiro para nos entreter, comunicamos e socializamos, tal como criamos barreiras e fechamo-nos. É tudo um grande círculo de estranheza e mistério.
Apesar disto, e apesar de não sabermos realmente de onde somos, porque estamos aqui, e o que temos de fazer nesta vida, uma coisa é clara e imperativa na nossa mente: somos humanos.
A vida é um espectáculo de marionetas, um teatro de personagens loucas, apaixonadas e destruídas, que nunca pára. Não há personagem principal, são todos iguais, e unidos pela mesma força: o amor. Juntos ou separados lutam uma luta fácil ou difícil, e nem sempre a ganham, pois nesta peça nem sempre os heróis ganham. Umas vezes eles são os heróis da peça, mas às vezes eles são os vilões. Tudo depende da perspectiva das personagens.
![]() |
Puppet on a string by *april182 on DeviantART |
Para tornar a peça mais interessante, e tirar o enfadonho que ela cria, temos de sair magoados e magoar alguém. Temos de nos mostrar frágeis e vulneráveis, destruir a armadura invisível que nos cobre e cair sobre os joelhos no nosso próprio derrame de sangue. Se somos fortes como aço, também somos fracos como uma flor. Somos ágeis como uma pena e pesados como uma rocha.
Fingimos que não nos conhecemos, no palco de acção das nossas vidas, mas sabemos quem somos por detrás da cortina; e arranjamos actividades durante um dia inteiro para nos entreter, comunicamos e socializamos, tal como criamos barreiras e fechamo-nos. É tudo um grande círculo de estranheza e mistério.
Apesar disto, e apesar de não sabermos realmente de onde somos, porque estamos aqui, e o que temos de fazer nesta vida, uma coisa é clara e imperativa na nossa mente: somos humanos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)