segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quem sou eu ?

Nunca fiz uma boa apresentação sobre quem sou eu na verdade. Por isso aqui vai:
Letter by ~prajiturelemov


De facto sou alguém desconhecida por dentro. O exterior é a única coisa que reconhecem em mim. Sou apaixonada, como muitos, mas não pelas mesmas razões que os outros, pois não amo alguém ou algo: simplesmente AMO. Detesto viver apenas no mundo, por isso adoro observá-lo: as reacções dos outros, tal como as minhas próprias. Sou imensamente curiosa, estudo cada milímetro do que se depara perante mim. Não gosto de guardar os meus segredos dentro de mim: gosto de exprimi-los perante a escrita, o desenho, a fotografia. Considero loucos aqueles que não entendem a minha loucura de viver. Facilmente apanho um sorriso com uma simples borboleta, ou uma flor que floresça sozinha apesar das suas condições. Gosto de me comparar especialmente a uma flor silvestre: comum entre muitas outras flores, mas reconhecida pela sua capacidade de força, apesar do seu aspecto fragilizado. Caracterizar-me por completo seria afirmar que me conheço totalmente, e isso não é ainda uma verdade.

sábado, 25 de setembro de 2010

Doce e fina felicidade

JUMP JUMP JUMP by ~Neneisme on DeviantART
Seria loucura acreditar que algum dia estive realmente feliz. Todos nós sofremos. Eu e tu. Mas então porque é que quando temos felicidade, estragamo-la ? Parece difícil e quase inalcançável sermos felizes sem magoarmo-nos ou magoarmos quem nos rodeia.
Temos uma imagem na nossa cabeça - é como um veneno - que a felicidade nunca é realmente alcançável, que nunca está lá quando a tentamos apanhar. Será que é verdade ? Acredito, e espero que seja verdade o que penso, que nós apreciamos pouco aquilo que obtemos. Tudo o que é dado é simplesmente fácil de mais. Tudo o que nós lutamos é mais merecedor, mais enriquecedor para a nossa alma, e com isso aprendemos uma nova experiência. É por isso que a vida nos parece tão difícil.
Felicidade é relativa. E não nos damos conta dela facilmente. Reparamos mais nas coisas negativas que nos acontecem, porque elas nos magoam. Mas não reparamos tanto na felicidade que é de estar com os nossos amigos e divertirmo-nos. Nem tão pouco na felicidade de estarmos lado a quem amamos, só pensando nos problemas que as pessoas amadas nos trazem, não no que nos fez apaixonar por elas. Ou ainda no simples facto de uma borboleta nos vir beijar a mão, e nós a enxotarmos, arrogantes mortais como somos.
Tudo na vida é difícil. Não devemos deixar de acreditar nisso. Mas agora o nível de dificuldade irá sempre ser diferente dependendo da maneira como lidamos com os problemas que nos aparecem, e para tudo mudar, basta um sorriso suave, ligeiro, sincero. Pois, apesar de a vida ser difícil, se ela assim não o fosse, nunca seríamos capazes de entender tanto quanto entendemos hoje: a vida é uma experiência docemente picante.

domingo, 19 de setembro de 2010

O Efeito Borboleta

Butterfly effect by ~penguina-mica on DeviantART
Sofremos tanto com a vida que nos rodeia. Este sofrimento, que não sabemos de onde vem e só sabemos que nos consome, obriga-nos a odiar tudo à nossa volta, a odiar a vida e a dor que ela nos traz. ‘Porquê ? Porque é que isto acontece a mim e não aos outros ? Que fiz eu para merecer isto ?’, perguntamo-nos constantemente, entre lágrimas, dentes e raiva. A dor que temos faz-nos sentir um grande calor acompanhado por uma dor imensa que parece que explode e, ao mesmo tempo, engole o nosso corpo com ela num grande buraco negro. Queremos explodir as emoções, mandar aqueles sentimentos para fora. Mas temos maneira para o fazer ? Nem sabemos porque estamos tão irritados e irritadiços, só sabemos que queremos que a dor pare, o sofrimento desapareça. Por isso gritamos. Gritamos connosco no espelho, contra os outros, contra o mundo, o Universo. É a nossa maneira instintiva de agir, libertar, soltar. E isso, de facto, alivia.
Quando calmos, apercebemo-nos que a vida é uma cadeia de dominós a cair uns sobre os outros, e se não tivermos cuidado, empurramos uns dominós, ou somos esmagados por outros. Porque só calmos, apercebemo-nos que a dor é quem nos ajuda a sentir-nos vivos outra vez, e quando desligamos do sono da vida ilusória com que vivemos. Porque só calmos, damo-nos conta do que se passou, e das nossas atitudes repentinas, e às vezes, erradas.
Para aqueles que não sabem ainda se desligar da ilusão em que vivem, eles pensam que a dor é má, é algo mau e que não deveria existir. Mas para aqueles que sabem realmente viver a vida, saboreá-la, absorvê-la e guardá-la nos seus corações sabem que a dor, essa também é ilusória. O que supostamente é dor, na realidade é um aviso de última instância de algo que não deveríamos fazer, de algo errado e que mesmo assim não nos apercebemos. E aí devemos aperceber do nosso erro e mudar. É fácil ?
Nada na vida é de bandeja prateada, mas isso não faz mal. Ainda bem que é assim, porque assim aprendemos, experienciamos, crescemos. Tal como a borboleta.
A borboleta, quando sai do seu casulo, ela sofre, esperneia, chora, mexe-se, e se pudéssemos ouvir, grita. Sim, grita, grita de dor, grita da fraqueza de estar num casulo durante meses e sem comida para que arranje forças suficientes para sair daquela teia de linhas e linhas que outrora ela fez, quando era apenas uma pequena e gorda lagarta. Essa dor que ela sente faz com ela se aperceba que há maneira de a mudar, e de mudarmos, mas que primeiro precisamos de sentir essa dor.
Até que poderia haver alguém para a ajudar na sua luta para sair daquele casulo, mas se a ajudarmos, ela nunca voará. Sim, ela nunca voará. Porquê ? Porque, apesar de ela sofrer para sair, é nessa luta final da sua vida que depende dela ganhar também forças para que as suas asas sejam tão fortes quanto ela. O mérito pela sua luta desgastante, e às vezes mortal, são as suas asas. Mas ninguém o pode fazer por ela. Não é o mesmo que ser ela a crescer, a amadurecer, a experienciar.
Se é vontade que tens para chorar, chora. Vai-te ajudar a manteres-te calmo e aperceberes do que deves realmente fazer: mudar.